domingo, 27 de setembro de 2009

Reconsiderando o Aniquilacionismo Evangélico

O evangelicalismo é definido de várias maneiras por diversos tipos de pessoas. Eu o defino como a religião dos crentes da Bíblia Trinitariana que se gloriam na cruz de Cristo como a única fonte de paz com Deus e buscam compartilhar a sua fé com os outros; e eu noto que o evangelicalismo ocidental (para não irmos mais adiante), como o liberalismo protestante, o catolicismo romano de toda espécie, e o ortodoxismo oriental, tem um padrão propriamente seu. Dentre os fatores que formaram esse padrão durante os últimos cinqüenta anos incluem-se o ensinamento dogmático, devocional, apologético e ativista ministrado nas igrejas evangélicas e em movimentos paraeclesiásticos; a literatura (livros, jornais, revistas) produzida pelos evangélicos; a sensação de uma fidelidade superior à Bíblia, seu Deus e seu Cristo, que as instituições evangélicas cultivam; uma sensação de estar sendo ameaçado pelos enormes batalhões do protestantismo liberal, catolicismo romano e instituições seculares, que os leva a vociferar quando esses fundamentos ideológicos são discutidos; a obstinação por um evangelismo atuante; e o costume de transformar estudiosos e líderes em gurus, de onde surge um sentimento de ultraje e traição se percebem que eles estão andando fora da linha. Dentro da distintiva identidade corporativa do evangelicalismo introduziram-se uma consciência de privilégio e vocação, uma mentalidade envolvente e persistente, a discussão de temas irrelevantes, uma certa violência verbal e uma tendência de atingir nossos próprios feridos.
Ainda não está claro se o recente restabelecimento da confiança e o crescimento de uma vida intelectual1 do movimento estão ou não amadurecendo esse padrão ainda verde; entretanto, sem dúvida alguma, os fatores citados acima se tornaram evidentes enquanto os evangélicos discutiam o aniquilacionismo entre si nos últimos dez anos.
Idéias aniquilacionistas têm sido debatidas entre os evangélicos por mais de um século2, mas nunca se tornaram parte da corrente principal da fé evangélica3, nem sequer foram largamente discutidas no meio evangélico até recentemente. Em 1987, Clark Pinnock escreveu um artigo bombástico de duas páginas entitulado “O Fogo, e Nada Mais”4, mas que, apesar de amplamente lido, não provocou maiores discussões do que uma exposição de quinhentas páginas sobre o assunto: “O Fogo que Consome” (1982), publicada por Edward William Fudge5,, talentoso leigo das Igrejas de Cristo. Entretanto, em 1988, surgiram dois curtos trabalhos de defesa, ambos de veteranos evangélicos anglicanos: oito páginas de John Stott em "Essentials"6, e dez do falecido Philip Edgecumb Hughes em "A Verdadeira Imagem"7, que puseram o gato no meio dos pombos.
Em uma conferência de 350 líderes em Deerfiield, Illinois, no ano de 1989, eu li um documento pomposamente entitulado “Evangélicos e o Caminho da Salvação: Novos Desafios ao Evangelho: Universalismo e a Justificação pela Fé”8. No documento eu ofereci uma linha de pensamento contrária à posição desses dois respeitáveis amigos9. A reação foi tal que a conferência se dividiu ao meio sobre a questão da aniquilação. O relatório da Christianity Today (periódico evangélico) dizia:
"Surgiram fortes desentendimentos sobre a posição do aniquilacionismo, doutrina que afirma que as almas não salvas deixarão de existir após a morte... a conferência foi quase que dividida ao meio ao tratar do assunto em suas declarações, e nenhuma renúncia a essa posição foi incluída na resenha final da conferência."10
Depois disso, a pedido de John White, então presidente da Associação Nacional de Evangélicos, o falecido John Gerstner escreveu uma resposta a Stott, Hughes e Fudge sob o título "Arrependei-vos ou Perecereis" (1990)11; e em 1992 os documentos apresentados na quarta Conferência sobre Dogmas Cristãos de Edinburgo foram publicados com o título "Universalismo e a Doutrina do Inferno”12, juntamente com “O Argumento a Favor da Imortalidade Condicional”, de John W. Wenham e “O Argumento Contra o Condicionalismo: Uma Resposta a Edward William Fudge”, de Kendall S. Harmon.
E isso não foi tudo. Livros reafirmando a realidade e eternidade do inferno começaram a aparecer: "Questões Cruciais Sobre o inferno" (1991)13, de Ajith Fernando; "Um Deus Irado?" (1991)14, de Eryl Davies; "O Outro Lado das Boas Novas" (1992)15, por Larry Dixon; "Quatro Opiniões sobre o Inferno" (1992)16, por William Crocket, John Walvoord, Zachary Hayes e Clark Pinnock; "A Estrada Para o Inferno" (1992)17, de David Pawson; "O Que Aconteceu Com o Inferno?" (1993)18, de John Blanchard; "A Batalha Pelo Inferno: Uma Visão Geral e Avaliação do Crescimento do Interesse Evangélico pela Doutrina da Aniquilação" (1995)19, por David George Moore; "O Inferno Em Julgamento: O Argumento a Favor do Castigo Eterno" (1995)20, de Robert A. Peterson. Todos estes contestando mais ou menos elaboradamente o aniquilacionismo. Continuava assim a discussão.
O que está em questão aqui? A questão é essencialmente exegética, embora com implicações pastorais e teológicas. E se resume a se, quando Jesus disse que aqueles banidos no julgamento final “irão para o castigo eterno” (Mt 25:46), Ele tinha em vista um estado de tormento que não terá fim, ou um irrevogável fim da existência consciente; em outras palavras (pois assim é colocada a questão), um castigo que é eterno em sua extensão ou no seu efeito. A corrente principal da cristandade sempre afirmou o primeiro, e continua a fazê-lo; evangélicos aniquilacionistas, juntos com muitos Testemunhas de Jeová, Adventistas do Sétimo Dia e liberais __ na realidade quase todos os que não são universalistas __ defendem o último. Entretanto desse ponto em diante os evangélicos aniquilacionistas se dispersam e não há unanimidade21.
Alguns têm asseverado que o aniquilamento ocorrerá imediatamente após a sentença de Jesus no Juízo Final, após um período de tormento no estado intermediário; outros têm pensado que cada pessoa banida da presença de Jesus passará por algum tormento, proporcional em intensidade e extensão ao que cada um merece, até que venha o momento da aniquilação. Alguns baseiam o seu aniquilacionismo em uma antropologia adaptada. Eles argumentam que uma existência eterna não é natural; e que, pelo contrário, desde que nós somos seres pessoais (almas) que vivem por meio de corpos, a separação entre a alma e o corpo extinguirá a consciência. Então, depois da nossa separação inicial (a primeira morte) não há um estado intermediário, apenas uma inconsciência que continuará até a ressurreição, e depois dos descrentes ressuscitados serem banidos da presença de Cristo, as suas consciências finalmente cessarão (segunda morte) quando, e porque, os seus corpos ressurretos deixarão de existir. Entretanto, alguns que raciocinam desta forma, na verdade, afirmam que há um estado intermediário consciente, com alegria para os santos e sofrimento para os ímpios, como sempre foi o consenso geral da Igreja. Todos que adotam essa antropologia denominam a sua posição de imortalidade condicional, expressão cunhada para mostrar que a existência após a morte que as religiões imaginam e que a maioria, se não todas, deseja, é uma dádiva que Deus concede somente aos crentes, enquanto que Ele, cedo ou tarde, simplesmente extingue o resto de nossa raça. A existência eterna está, portanto, condicionada à fé em Jesus Cristo, e a aniquilação é a alternativa para os demais22.
Historicamente, essas são opiniões do século passado. O século dezenove foi uma era de audaciosos desafios a suposições antigas, sonhos audaciosos de fazer as coisas melhores, e empreendimentos audaciosos, tanto intelectuais como tecnológicos, para realizá-los. O ensinamento cristão histórico sobre o inferno era posto em questão à luz da convicção utilitariana e progressista de que a retribuição em si, sem qualquer perspectiva de alguma coisa ou alguém ser melhorado por ela, não é justificativa suficiente para a punição, desconsiderando o castigo eterno. Partindo desse ponto de vista a idéia de que o ato de Deus manter alguém em permanente tormento após a morte era indigno dEle e, portanto, a posição tradicional sobre o castigo eterno deve ser abandonada, devendo-se encontrar outra maneira de explicar os textos que parecem ensiná-la. Revisionistas da Bíblia desenvolveram duas maneiras de fazer isso, ambas essencialmente especulativas, à maneira de Orígenes, que usava a filosofia da época para estabelecer uma estrutura da forma de interpretação dos textos e para preencher as lacunas nos seus ensinamentos. O primeiro método era o universalismo, que diz que todos os seres humanos estarão por fim no céu, e especula em como, através de dolorosas experiências, os que morrem na incredulidade conseguirão isso. A segunda maneira é o aniquilacionismo, o qual afirma que os que estarão no céu serão por fim todos os humanos, e especula sobre quando os incrédulos serão aniquilados. Os argumentos utilizados pelos aniquilacionistas de hoje são essencialmente os mesmos dos seus predecessores do século passado.
Duas advertências pastorais e teológicas devem preceder nossas considerações a esses argumentos.
1) Opiniões sobre o inferno não devem ser discutidas fora das linhas do Evangelho. Por quê? Porque é somente em conexão com o Evangelho que Jesus e os autores do Novo Testamento falam do inferno, e a maneira bíblica de lidar com temas bíblicos é levar-se em consideração tanto as suas conexões bíblicas, quanto a sua substância bíblica. Como diz Peter Toon:
“... a pregação e o ensino de Jesus com relação ao Geena, trevas e condenação estavam relacionados com a Sua proclamação e exposição do reino de Deus, salvação e vida eterna; eles nunca são expostos como assuntos independentes para reflexão e estudo. Renomados teólogos23 têm muito enfatizado este último ponto. ... o inferno é parte integrante do Evangelho e portanto não pode ser deixado de fora ... . Advertir as pessoas para que evitem o inferno significa que ele é uma realidade, ou pode vir a ser uma realidade. Portanto, é inevitável que tentemos oferecer uma descrição do inferno pelo menos em termos de poena damni (dor pela perda da alegria) e possivelmente de poena sensus (dor dos sentidos, ou seja, através dos sentidos) mas ... sempre reconhecemos que falamos figuradamente.”24
A idéia cristã do inferno não é um conceito isolado de sofrimento apenas por sofrimento (a divina “selvageria”, “sadismo”, “crueldade” e “vingança” do qual os aniquilacionistas acusam os crentes que declaram o inferno eterno)25; mas uma noção biblicamente formada por três misérias equivalentes, que são: a exclusão da presença e comunhão graciosa de Deus, em castigo e com destruição sobre aqueles que, ao negarem as misericórdias de Deus, já rejeitaram o Pai e o Filho nos seus corações. A justiça do juízo final de Deus, o qual Jesus administrará, de acordo com o Evangelho, está em duas coisas: primeiro, o fato de que o que as pessoas recebem não é apenas o que elas merecem, mas o que elas na verdade escolheram __ isto é, existir para sempre sem Deus e conseqüentemente sem nenhum dos bens que Ele concede; segundo, o fato de que a sentença é proporcional ao conhecimento da Palavra, obra e vontade de Deus, que foram desconsideradas (Cf. Lc. 12:42-48; Rm1:18-20, 32, 2:4,12-15). De acordo com o Evangelho, o inferno não é uma selvageria imoral, mas uma retribuição moral, e discussões sobre a sua extensão para os seus habitantes devem ocorrer dentro desse quadro.
2) Opiniões sobre o inferno não deveriam ser determinadas por considerações do bem-estar. Diz John Wenham: “Acautelai-vos da imensa atração natural por qualquer saída que os livre da idéia de pecado e sofrimento sem fim. A tentação de torcer o que deveriam ser declarações completamente rígidas das Escrituras é intensa. É a situação ideal para uma racionalização inconsciente"26.
Diz John Stott:
“Eu acho o conceito de tormento consciente eterno emocionalmente intolerável e não compreendo como as pessoas conseguem conviver com isso sem cauterizar seus sentimentos ou esfacelá-los com a tensão. Mas as nossas emoções são um guia instável, não confiável para nos conduzir à verdade e não devem ser exaltadas ao lugar de suprema autoridade em determiná-la ... minha pergunta deve ser __ e é __ não o que me diz o meu coração, mas, o que diz a Palavra de Deus?”27
Ambos adotaram o aniquilacionismo, no que estão errados, mas eles o admitem por uma justa razão __ não porque é uma idéia que se ajustou confortavelmente às suas convicções, apesar de tê-lo feito, mas porque eles pensaram tê-lo encontrado na Bíblia. Qualquer que seja nossa posição sobre a questão, nós também devemos ser guiados pelas Escrituras e nada mais.
1) O primeiro argumento é a necessidade de explicar “castigo eterno” de Mateus 25:46, que está diretamente relacionado com “vida eterna”, sem que traga necessariamente a implicação de eternidade. Admitindo-se que, como é corretamente defendido, “eterno”(aionios) no Novo Testamento significa “que pertence à era porvir” em vez de expressar qualquer noção diretamente cronológica, os escritores do Novo Testamento são unânimes em concluir que o tempo porvir será eterno. Então o problema dos aniquilacionistas permanece no mesmo lugar que estava. A afirmação de que, na era por vir, a vida é alguma coisa contínua, enquanto que o castigo é algo com um final, torna a questão evasiva. Basil Atkinson, “um excêntrico bacharel acadêmico”, de acordo com Wenham28, mas um filologista profissional, e mentor de Wenham e Stott nessa matéria, escreveu:
"Quando o adjetivo aionios significando “eterno” é usado no grego juntamente com substantivos de ação, ele se refere ao resultado da ação, não ao processo. Assim a expressão “castigo eterno” é comparável a “redenção eterna” e a “salvação eterna”, todas expressões bíblicas ... os que se perdem não passarão eternamente por um processo de castigo mas serão punidos uma vez por todas com resultados eternos."29
Embora essa declaração seja constantemente feita por aniquilacionistas, que de outra maneira não poderiam erigir sua posição, ela carece de apoio gramatical e em qualquer caso torna a questão evasiva quando assume que o castigo é um evento momentâneo ao invés de contínuo. Embora, porventura, não seja absolutamente impossível, o raciocínio parece artificial, evasivo, e, em uma avaliação final, desamparado.
2) O segundo argumento é que, uma vez que a idéia de imortalidade intrínseca da alma (isto é, do indivíduo consciente) deixa de ser considerada como uma intromissão platônica na exegese do segundo século, parecerá que o único significado natural de morte, destruição, fogo e trevas no Novo Testamento como indicadores do destino dos ímpios é de que tais pessoas deixam de existir. Mas tal afirmação quando submetida à prova mostra estar errada. Para os evangélicos, a analogia das Escrituras, isto é, o axioma da sua coerência e consistência intrínsecas e sua capacidade de elucidar ela mesma os seus ensinos, é uma regra para toda interpretação, e, embora haja textos que, tomando-os isoladamente, podem conter implicações aniquilacionistas, há outros que de forma alguma podem se encaixar nesse esquema. Mas nenhuma teoria que se propõe a explicar o significado da Bíblia e não abrange todas as Suas principais declarações pode ser verdadeira.
Judas 6 e Mateus 8:12; 22:13, 25:30 mostram que as trevas significam um estado de privação e aflição, mas não de destruição no sentido de deixar de existir. Somente aqueles que existem podem chorar e ranger seus dentes, como é dito dos que serão lançados nas trevas.
Em nenhuma parte a morte significa extinção; morte física é a partida para outra forma de existência chamada sheol ou hades, e morte metafórica é uma existência sem Deus e Sua graça; nada na terminologia bíblica garante a idéia, encontrada em Guillebaud30 e outros, de que “a segunda morte” de Apocalipse 21:11, 20:14, 21:8 significa ou refere-se à extinção da existência.
Lucas 16:22-24 nos mostra, como também uma grande quantidade de linguagem apocalíptica extra-bíblica, que fogo significa uma existência continuamente em tormento, e as arrepiantes palavras de Apocalipse 14:10, 19:20, 20:10 e de Mateus 13:42,50 confirmam isso.
Em 2 Tessalonicenses 1:9 Paulo explica, ou amplia, o significado de “sofrerão penalidade de eterna (aionios) destruição” adicionando “banidos da face do Senhor” __ expressão que, por denotar exclusão, joga por terra a idéia de que “destruição” significa extinção. Somente aqueles que existem podem ser excluídos. Tem sido freqüentemente demonstrado que no grego o significado natural das palavras relacionadas a destruição (substantivo, olethros; verbo, apollumi) é arruinar, de forma que o foi destruído fica, a partir de então, inutilizado, ao invés de propriamente aniquilado, de maneira que passa a não mais existir de forma alguma.
Os aniquilacionistas se defendem com especial argumentação. Às vezes, eles argumentam que tais textos que falam de um tormento contínuo fazem referência somente a uma experiência temporária para os que se perdem antes de deixarem de existir, mas isso é tornar a questão evasiva através de uma exegese especulativa e renunciar a sua declaração original de que o Novo Testamento, quando fala de perdição eterna, sugere naturalmente a extinção. Peterson cita John Stott, no que ele chama de “o melhor argumento aniquilacionista”31. O trecho a seguir faz comentários às palavras “A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos” de Apocalipse 14:11.
O próprio fogo é chamado “eterno” e “inextinguível”, mas seria muito estranho se o que fosse ali atirado provasse ser indestrutível. A nossa expectativa deveria ser o oposto: o que for ali atirado deve ser consumido eternamente, não atormentado eternamente. Por isso existe a fumaça (evidência de que o fogo fez o seu trabalho) que “sobe pelos séculos dos séculos”.

“Pelo contrário”, contra-argumenta Peterson, “nossa expectativa seria de que a fumaça se extinguiria uma vez que o fogo já tivesse terminado o seu serviço ... O restante do verso confirma nossa interpretação: “e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem”32. Para isso parece não haver resposta.
Portanto, o argumento lingüístico fracassa em todos os seus pontos. Dizer que alguns textos, tomados isoladamente, poderiam significar a aniquilação, não prova absolutamente nada quando outros evidentemente não o fazem.
3) O terceiro argumento é o de que o fato de Deus aplicar eternamente um castigo aos perdidos seria algo injusto e desproporcional. Stott escreve: “eu questiono se o ‘tormento eterno e consciente’ é compatível com a revelação bíblica de justiça divina, a menos que talvez (como tem sido argumentado) a impenitência dos ímpios também perdure ao longo da eternidade”33. A incerteza expressa pelo “talvez” de Stott é estranha, por isso não há nenhuma razão para se pensar que a ressurreição dos ímpios mudará o seu caráter, e sim toda a razão para se supor que a sua rebeldia e impenitência continuarão enquanto eles existirem, tornando o eterno exílio da comunhão de Deus plenamente apropriado; mas, deixando isso a parte, é evidente que o argumento, se fosse válido, provaria coisas demais e terminaria solapando a própria causa aniquilacionista.
Mas se, como sugere o argumento, é desnecessariamente cruel para Deus manter os que se perdem existindo para serem atormentados, porque a Sua justiça no caso não requer isso, como os aniquilacionistas podem justificar, em termos da justiça de Deus, o fato dEle os fazer passar por qualquer tipo de tormento após a morte. Por que a justiça, que desse ponto de vista requer a aniquilação de qualquer forma, não se satisfaz com uma aniquilação no momento da morte? Os aniquilacionistas bíblicos, que não podem escapar da expectativa bíblica da ressurreição final de crentes e incrédulos para o julgamento, também admitem que haverá alguma dor imposta após o julgamento e antes da extinção; mas se a justiça de Deus não requer nada além da aniquilação, e portanto não requer essa dor, ela se torna uma crueldade desnecessária, sendo Deus assim, conseqüentemente, acusado de cometer a mesma falta da qual os aniquilacionistas ansiosamente querem provar que Ele é inocente e também condenam a corrente principal do pensamento cristão por sua inferência. Enquanto que, se a justiça de Deus realmente não requer nenhuma punição em adição à aniquilação, e a contínua hostilidade, rebeldia e impenitência dos ímpios para com Deus permanece uma realidade após suas mortes, não haverá momento algum em que seja possível tanto para Deus como para o homem dizer que castigo suficiente já foi aplicado, que já não merecem mais do que já receberam, e qualquer punição a mais além disso seria injusta. Dessa forma o argumento retorna aos seus proponentes como um bumerangue, impelindo-os de volta e deixando-os sem poder escapar das garras do seu dilema. Basil Atkinson foi mais sábio e declarou: “eu tenho evitado ... qualquer argumento sobre o estado final dos ímpios baseado no caráter de Deus, o que eu consideraria uma irreverência tentar avaliá-lo”34. Sem dúvida ele anteviu as dificuldades a que tal argumento conduz.
4) O quarto argumento é o de que a alegria dos santos no céu seria arruinada pelo fato de saberem que alguns continuam debaixo de merecida punição. Mas não se pode dizer isso de Deus, como se a manifestação da Sua santidade na punição doesse mais a Ele do que aos ofensores; e desde que no céu os cristãos serão semelhantes a Deus, amando o que Ele ama e se regozijando em toda manifestação Sua, incluindo a manifestação da Sua justiça (na qual os santos, pelas Escrituras, na verdade já se alegram neste mundo), não há razão para imaginar que a sua alegria eterna será prejudicada dessa forma35.
É desagradável contestar honrados colegas evangélicos através de uma matéria impressa, alguns dos quais são bons amigos e outros (eu falo particularmente de Atkinson, Wenham e Hughes) agora já se encontram com Cristo. Portanto, paro por aqui. Meu propósito era apenas reconsiderar o debate e avaliar a força dos argumentos utilizados, e isso eu fiz. Eu não estou certo se concordo com Peter Toon quando diz que “discussão sobre se o inferno significa castigo eterno ou aniquilação após o juízo ... é tanto perda de tempo como uma tentativa de saber daquilo que não podemos saber”36, mas eu estou convencido de que ele está certo em dizer que o inferno “faz parte do Evangelho” e que “advertir as pessoas para que evitem o inferno significa que ele é uma realidade”37. Todo aquele que se decide por advertir as pessoas para que evitem o inferno pode andar em comunhão no seu ministério e legitimamente reivindicar ser um evangélico. Quando John Stott argumenta que “a aniquilação final do ímpio deveria ser aceita como uma alternativa legítima e biblicamente fundamentada para o eterno e consciente tormento”38, ele pede demais, pois os fundamentos bíblicos dessa posição, quando examinados, provam, como vimos, que são inadequados. Seria errado porém, se essas diferenças de opinião quanto ao assunto levassem ao rompimento da comunhão. Entretanto seria uma boa coisa se elas fossem resolvidas.

Autor
Dr. James Packer, antigamente Professor de Teologia no Regent College, Vancouver; desde 1979, Editor Senior da Chrishanity Today e um professor muito ocupado. Ele disserta amplamente, escreve extensivamente, e é o distinto autor de numerosos best-sellers. Ele contribuiu para Reformation & Revival Journal.

Uma Nova Perspectiva sobre a Epistola aos Romanos

É preciso entender que as conclusões deste artigo são conclusões pessoais e não foram tomadas, copiladas, e desta forma é original dentro do arcabouço teológico que temos nos dias de hoje.
Tenho gastado muito tempo no livro de Romanos, pois todos os grandes teólogos desenvolveram trabalhos no mesmo. Karl Barth, o pai da Neo-Ortodoxia, Emill Brunner o teólogo da crise e opositor de Barth; Martinho Lutero responsável pela reforma na Alemanha em 1517; João Calvino, com as Institutas da Religião Cristã. Em Romanos concentra-se a maior parte doutrinaria do cristianismo. Isso é facilmente percebido.
Entenda-se que romanos foi escrito em um período de perseguição extrema para com o movimento de Jesus. Os cristãos foram perseguidos primeiramente pelos judeus que estavam preocupados com o desaparecimento do judaísmo. Os requisitos, para se ser judeu eram demasiadamente difíceis de serem seguidos. O cristianismo era mais atraente neste aspecto.
Esta época era o tempo em que os cristãos foram acusados de serem canibais pois Jesus disse: "aquele que não comer da minha carne e não beber do meu sangue não tem parte comigo". Eles eram mortos por não prestarem culto ao Imperador. Eram considerados traidores por seguirem um homem que foi crucificado como traidor. Não possuíam o Libellus, documento romano que testificava da cidadania e lealdade a Roma. Paulo escreve Romanos em um período em que somente o ato de dizer que Jesus Cristo é o senhor, implicaria para o declarante pena de morte, pois senhor poderia ser somente Cesar.
Paulo esta preocupado com situação doutrinária da igreja. Haviam dois grupos principais de cristãos na igreja de Roma: Os cristãos judaizantes e os cristãos da graça. Os cristãos judaizantes eram aqueles que pregavam a circuncisão e a lei cerimonial. Os cristãos da graça podem também serem chamados de cristãos gnósticos. Os gnósticos por alguns são provenientes do cristianismo, por outros nasceram desassociados do mesmo. Haviam, várias correntes gnósticas, porém irei resumir que os gnósticos acreditavam que o corpo era mau e o espírito bom. Estes cristãos acreditavam que poderiam praticar quaisquer atos sem prejudicar sua espiritualidade. O que estava acontecendo era a banalização da moral. Entenda-se que não temos nada escrito pela pessoa de Jesus. Digo isso na Biblia. Temos mais epistolas de Paulo de que de quaisquer outros apóstolos. Isso mostra que a nossa teologia é paulina. Analise que todos os comentários irão dizer que romanos foi escrito para Roma. Mas não acredito que seja tão simples assim. Friedrich Nieztsche disse em sua obra o anticristo que Paulo era um oportunista que queria liderar o movimento de Jesus. Ele queria institucionalizar a igreja, sendo que Cristo sempre lutou contra as instituições em seu tempo. Tendo isso em mente, penso que Paulo escreveu romanos com o objetivo de espalhar a doutrina cristã por todo o mundo. Em Roma, encontram-se estradas para todo o mundo. Paulo não pensava em Roma apenas. Ele queria formular o arcabouço teológico cristão e divulga-lo por todo o mundo. A teologia cristã não começou pronta. Ela teve um desenvolvimento e recebeu influencia de outras filosofias e religiões assim como o judaísmo. A teologia cristã não estava desenvolvida. Hoje, toda a nossa interpretação parte de uma teologia paulina. Entenda-se que Paulo em romanos forneceu toda a base teológica reformada que temos. A soteriologia nossa esta em romanos. Nenhuma das outras epistolas paulinas possui o conhecimento soteriologico que possui Romanos. Quero dizer com isso, que Paulo enviou a Epistola aos Romanos pensando em todas as outras comunidades cristãs. Ele sabia que se enviasse esta epistola para os romanos ela chegaria a outras partes. O conhecimento fornecido por meio dela seria divulgado. Então, proponho que esta epistola seja a epistola de base para a interpretação de todas as outras epistolas paulinas. Isso quer dizer que, se romanos é esse referencial, nenhuma das outras epistolas paulinas devem ser questionadas desassociadas de romanos. Elas não podem ser individualistas, pois dependem da base da doutrina cristã. Sem romanos a teologia "cristã" não existiria. Que outra forma Paulo alcançaria o objetivo de divulgar sua doutrina se não fosse por meio de Roma. Paulo aproveitou o que nenhum outro apóstolo fez. Enviar a epistola com o fim de divulga-la para o mundo.
Haviam, os gnósticos que não apoiavam as leis do Deus Javé. O Deus o era um deus egoísta que criou o universo e leis com fim de dominar pela forca. Javé segundo eles era o demiurgo gerado por Sofia a deusa mãe. Estes gnosticos diziam que tudo aquilo que o Deus hebreu proibia deveria ser desobedecido. O capitulo seis da epistola aos Romanos possui uma diretiva com relação a isso. Ele diz que como pecaremos nos que para ele já morremos. É importante lembrar que a cultura romana é grega. A filosofia, o paganismo, orgias, homossexualismo era comum em Roma. Bem, Paulo escreve para uma comunidade de crentes e não de ímpios. Paulo era um homem de aparente sucesso segundo os tratados canônicos. Mas aparentemente ele não estava satisfeito. Não estava satisfeito em ser farizeu, ser cidadão romano, ter uma condição financeira abastada, ser casado. Ele aparentemente de acordo com o livro de Atos dos Apóstolos, tem um encontro fantástico a pessoa de Jesus. Este mesmo Jesus que realizava prodígios na Galiléia, viveu nos dias de Saulo. Mesmo depois da ressurreição de Jesus, foi feita uma investigação para provar sua não ressurreição. Agora Saulo o Grande tem uma experiência sobrenatural e encontra o Mestre aparentemente ressuscitado. Isso para ele é um choque. Para os cristãos da época a conversão de Paulo era uma tática para pegar os cristãos. Paulo por muitos era visto como um espião. Alguém que queria se infiltrar no movimento de Jesus. Impedir assim o crescimento do cristianismo e deixar o espaço livre para o judaísmo. Mas ele fez foi o contrario. Ele foi aquele que desenvolveu a maior parte da doutrina cristã. Isso é muito curioso. Pois ele foi o ultimo dos apóstolos. Nós vemos Paulo mais ativo que os demais apóstolos. Nem Pedro que era o pastor da igreja, tido como o primeiro bispo pela Igreja católica romana foi ativo como Paulo. Note-se que nossa doutrina não é petrina, nem lucana e muito menos Joanina. Nossa doutrina é joanina no que diz respeito a divindade de Jesus, é petrina no que diz respeito a vida de sacrifício. Nossa teologia e principalmente paulina. Se retirarmos as epistolas de Paulo de nossas Bíblias o nosso N.T, ficara quase que vazio. Paulo tinha mais influencia, mais conhecimento teológico, mais patente que qualquer um dos apóstolos. Sendo ele o ultimo dos apóstolos ele não tinha credibilidade de apostolo. Mas mesmo assim ele continuou. Ele considerava o menor dos apóstolos mas ao mesmo tempo dizia que recebeu do senhor Jesus (aparentemente depois de morto e ressurreto). Isso parece vaidade eclesiástica. Paulo aparentemente cita os padrões em que os membros do corpo de Cristo devem viver. Os demais apóstolos não faziam isso. Paulo em várias ocasiões coloca opiniões pessoais para os membros do corpo de Cristo.
Paulo utilizava de todo o seu conhecimento teológico, utilizava de uma hermenêutica filonica, usava também do conhecimento filosófico para ilustrar e criar a sua doutrina. Paulo demonstra ser um perfeccionista. A epistola ao Romanos resume bem oque acontecia em varias partes do mundo. Lembremos que dos romanos proveio toda o nosso sistema político. Se Roma imperava na época, logicamente a realidade política seria a mesma em todas as partes do mundo. Assim também teríamos uma similaridade com os problemas sociais, a cultura, etc.. Romanos continua a falar conosco nos dias atuais e falava com certeza com todas as partes do mundo. Também lembremos que o politeísmo era uma realidade naquele período. Mas o cristianismo com certeza se destacou dentre todas elas. As demais religiões como a Mitologia, Judaísmo e a Mitologia Egipicia tinha um sistema organizado de crenças e o movimento de Jesus esta caminhando com isso através de Paulo. Paulo em suas epistolas utilizava conceitos filosóficos e teológicos quando bem lhe interessava. Paulo parece que em Tiago refere –se ao Talmude de forma adaptada. Paulo demonstra-se um homem completamente voltado a propagação e defesa do Evangelho como se fosse uma empresa. Mas diferente da mesma ele se preocupa em ser pesado aos irmãos. Uma coisa ele quer, ser reconhecido como Apóstolo de Jesus. Aparentemente ele vive uma vida muito sozinha, é extremamente carente e utiliza como fuga sua vida de atividade para fugir de suas paixões e seus problemas internos.

RESUMO HISTÓRICO DO APOCALIPSE E SUAS CORRENTES DE INTERPRETAÇÕES


O Contexto Histórico do Apocalipse

O autor do livro é o apostolo João. Já no século II Justino Mártir, Irineu e outros identificaram o autor como sendo o apostolo João. No entanto, no século III Dioniso, bispo de Alexandria, comparou o estilo e os temas de Apocalipse com o evangelho de João e concluiu que os dois devem ter tido autores diferentes. Ainda que existe esse parecer, João é o autor de Apocalipse.
João queria advertir os cristãos quanto aos perigos internos e externos e fortalecer as comunidades para momentos difíceis que iriam passar por causa da sua fé.
João escreveu o apocalipse entre 90 a 96 d.C.. Isso foi no final do reinado do imperador romano Dominiciano, quando começou a sua perseguição contra a igreja. O Apocalipse foi enviado as sete igrejas da província romana da Ásia (atual Turquia), a fim de adverti-las para que não abandonassem a fé em Cristo. Também proclamou a certeza da vitória definitiva para os que permanecem ao lado de Deus.
Além destas informações, será necessário dizer os motivos do autor dirigir sua mensagem. Dois motivos levam o autor a dirigir a sua mensagem as comunidades cristãs:
2.1 O Sincretismo Religioso. As conquistas de Alexandre Magno e, mais tarde a dominação romana, unificaram numerosas nações, misturando culturas, costumes e religiões. Para o cristianismo nascente, isso podia significar desvirtuamento interno, a perda da identidade, a desagregação das comunidades e, conseqüentemente, a ausência de testemunho corajoso contra a idolatria, principalmente a idolatria de um poder político absoluto e tirânico.
2.2 A Dominação Romana e a religião imperial. No tempo do imperador Nero (54 a 68 d.C.), os cristãos foram perseguidos pela primeira vez, mas somente em Roma, e não por causa da fé. Era tempo de decadência, e a autoridade do imperador Vespaziano (69 a 79 d. C.) criou a religião imperial, isto e, o culto aos imperadores mortos, alem de atribuir a si mesmo o títulos divinos, como: “salvador”, “benfeitor”, “senhor”. Dominiciano (81 a 96 d.C.) foi imperador tirano e, para manter o império unido, impôs essa religião imperial a todos os povos dominados, exigindo inclusive o culto ao imperador vivo. Quem recusasse tal culto, era considerado inimigo, e por isso seria perseguido e morto.

As Linhas de Interpretação do Apocalipse

Existem quatro principais escolas de Apocalipse. Eu fui o criador da quinta escola de interpretação do Apocalipse em janeiro de 2007, mas não irei falar acerca dela nesta oportunidade. As quatro escolas são:

Preterista
A concepção preterista vê as profecias como inteiramente relacionadas aos dias de João, sem nenhuma referencia a épocas futuras.
3.2. Futurista
Coloca a relevância das visões inteiramente no fim da época, afastando-as grandemente do tempo do profeta.

Idealista ou poética
Acha que as cenas do Apocalipse não descrevem eventos específicos mas princípios de guerra espiritual. Estes princípios estão em operação no transcurso da era eclesiástica e podem ser alvos de repetições análogas. Considera ilegítimos, todos os sistema de interpretação rígidos. Seguindo ela, o profeta simplesmente descreve, a maneira dos seus predicados de artista, o triunfo certo de Deus sobre todos os poderes do mal.

Historicista
Esta escola sustenta que 6.1-18.24 oferece um esboço cronológico básico do curso da historia eclesiástica do século I ate a Segunda Vinda de Cristo. Contempla as visões como a predição da historia desde o tempo do escritor ate o fim do mundo.

A LINGUA HEBRAICA


Informações Preliminares da Língua Hebraica
O hebraico e uma língua derivado do alfabeto fenício. A escrita hebraica e posterior aos hieróglifos e escrita cuneiforme. A escrita cuneiforme foi usada na Mesopotamia, terra onde Abraão recebeu a chamada de Deus. Surgiu na Mesopotâmia em torno de 3200 a. C. Cuneiforme e um sistema de escrita em que os símbolos, conhecidos como sinais, são cortados em tabuletas de argila úmida e depois deixados para secar ou assados em forno. Os sinais eram gravados na argila com um tipo de varetacom a ponta em forma de cunha. Os primeiros sinais eram pictogramas simples que lembravam, vagamente, os objetos que representavam, mas com o passar do tempo, os sinais se tornaram cada vez mais estilizados. No Egito onde os descendentes de Jacó estavam trabalhando usava-se os hieróglifos. Antes o conhecimento religioso e teológico era compartilhado de pai para filho. Por isso o judaísmo ortodoxo considera a Lei oral acima da lei escrita. A tradição e superior a lei escrita pois ela e quem da crediblidade a mesma. Inúmeros escritos falam acerca desta língua fantástica que passou por um período de renascimento. Outrora o hebraico era composto apenas por 5000 palavras que estão no Antigo Testamento Cristão. O Primeiro tratado kabalistico, atribuída a sua autoria ao patriarca Abraão segundo a tradição, foi considerado por alguns como a primeira gramática hebraica. Enfim, misticismo, devoção religiosa, teologia tem uma ligação com esta língua. Após o reavivamento da língua hebraica ouve um acréscimo de 120000 palavras hebraicas. O alfabeto hebraico e constituído por 22 consoantes hebraicas. Os cabalistas acreditam que as cartas do Taro surgiu destas letras. O hebraico antigo era constituído sem as vogais que surgiram depois. As vogais no hebraico são denotadas por pontos conhecidos como massoretas. Estes pontos mudam completamente o sentido de uma palavra ou frase. Por isso Jesus disse que não haveria de passar um J (Yod, a menos letra do alfabeto hebraico) ou til (ponto) ate que tudo fosse cumprido. Estas vogais são representadas com sinais que recebem respectivos nomes. Cada letra hebraica recebe de acordo com a numerologia judaica uma numeração que corresponde de 1 a 400. Com isso são realizados cálculos. Os cálculos podem ser a guematria, Notarikon e a Tenorah. Isso e muito utilizado pelos cabalistas para uma interpretação místicas das Escrituras Hebraicas. O hebraico e composto também por letras finais. Outros acreditam que o hebraico carrega uma forte energia quântica. Segundo Jung quanto mais antigo o símbolo mais forca ele exerce sobre nos. Segundo Paul Tilich nos somente podemos conhecer a Deus pelos símbolos. O hebraico pode ser um desses símbolos que nos apresenta a Deus. O hebraico e uma língua de profundo significado. Palavras que não existem em nossa cultura existem no hebraísmo. Para que se entenda o hebraico e impressinvel que saiba um pouco acerca da cultura hebraica.